Américo,
cidadão destemido, agente da história, apaixonado
Pela vida e
pela humanidade, pelo futuro e o debate de ideias
Muitos
matizes: intelectual, ativista, boêmio, ser multifacetado
Com a
palavra, trilhou seu caminho de lutas e arrebatou plateias
Entregou-se
às questões de seu tempo com a inteligência privilegiada
Já com o
coração comunista, distribuiu cuidados, doçuras, carinhos
E assim
tornou-se uma saudade e uma ideia sempre relembrada:
Uma vida
plena é aquela na qual se percorre todos os caminhos
Sua casa,
alegre e acolhedora, foi por anos nosso parque de diversão
Quando
vôzinho chegando repartia os chocolates, a festa começava
Os primos
todos reunidos, tagarelando em vívida confraternização
Ah, nossa
infância, saudosa infância, que a vicissitude não maltratava
Lauro Maciel
fez-se a si mesmo, como agem os audazes e valentes
Seus
instrumentos de trabalho: o esforço, a palavra, a inteligência
Foi
jornalista, mas brilhou como advogado dos mais competentes
Exercendo o
ofício como serviço, com honestidade e proficiência
Pai zeloso,
contra as intempéries da vida, foi refúgio e abrigo
Mente
curiosa e resoluta, temperamento afável e constante
Por isso,
onde andou fez amigos – dele não se conheceu inimigo
Pequenino no
tamanho, na vontade e no caráter, um gigante
Leu sobre
tudo e nas páginas dos livros sagazes observações ia anotando
Sua
biblioteca e escritório, para mim, jovem leitor, eram templos de sabedoria
Mas não se
engane, frequentemente vôzinho Lauro era visto se deliciando
Em
Maranguape, no Maguari, em carnavais de transbordante alegria
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