Alguns vão embora pra longe; eu fui embora pra dentro.
Alguns caem no precipício; eu caio pra cima, pro céu, pras nuvens, pro infinito.
Alguns vivem 50 anos em 5; “meu tempo é quando”: quando eu quiser, der vontade, for de verdade...
Alguns fogem para não se encontrar; os outros me encontraram antes que eu o fizesse.
A maioria prefere viver anestesiada (de religião, dinheiro, drogas...); eu escolhi conviver -e evoluir- com a dor.
A maioria prefere viver sendo adestrada; eu mergulhei no caos para descobrir o novo.
A maioria vive do corpo pra fora; eu vivo da alma pra dentro.
Alguns fingem se preocupar com todo mundo, mas só se preocupam consigo mesmos; minhas únicas preocupações são com o futuro e o nascituro.
Alguns anseiam por encontrar Jesus depois de mortos; depois de morto, vou me separar dele.
Alguns amanhecem, outros anoitecem; eu sou a vigésima quinta hora.
Alguns chovem, outros ardem; eu sou a quinta estação.
*
(para rir. ao menos, tente)
Alguns superam mil obstáculos; eu sequer superei o trauma do meu nascimento...
Alguns vão voando para o futuro; um de meus avoengos foi Ícaro...
Alguns estão famintos, outros já nascem saciados; eu estou de regime...
A maioria se acha o centro do universo; eu sequer acho o meu centro...
Alguns vivem no limite; estar vivendo é o meu limite...
Alguns partem pra cima da vida; eu entro em clinche...
Alguns são o sal da terra, a luz do mundo; eu sou o mal-estar na civilização...
A TODOS OS NAVEGANTES QUE APORTARAM NESTE SÍTIO DE POESIA E PENSAMENTO, INTENCIONAL OU ACIDENTALMENTE, MEUS VOTOS DE FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO!
*Inspirado na Oração de São Francisco
"Senhor, fazei-me um instrumento de vossa paz..."
Fazei de minhas escolhas exemplo de compromisso com a coletividade humana e o futuro;
Fazei de minhas ações elogio à justiça, à sensatez, ao entendimento entre os homens;
Fazei de meu existir viva e pulsante oração às sagradas forças do mundo – Deus, Natureza, o Espírito do Tempo, o Eu Profundo de cada um de nós;
Fazei de minha inteligência instrumento a serviço da verdade;
Fazei de minha força – corpórea, intelectual, espiritual, potentes raios de luz no combate à mentira e à opressão;
Fazei de meu coração o templo sagrado de meus amores e amigos, disponível também a quem mais precisar de diálogo e ajuda;
Fazei de meus passos um novo alvorecer, o transparecer de novos caminhos, a nos afastar das sendas do ódio e da intolerância;
Fazei de meus braços refúgio para os que sofrem e são perseguidos;
Fazei de minhas palavras chuva fertilizando os corações mais áridos, para que neles volte a brotar a generosidade;
Fazei-me sábio para entender que minhas verdades não são verdades universais. Estas dizem respeito ao conjunto dos homens, à totalidade de afetos, ideias e ideais humanos.
"Ó MESTRE, FAZEI..."
Que eu não espere o dia em que o mundo acordará pacificado: que eu seja o agente e guardião da paz no mundo;
Que eu me disponha a amar e compreender, antes de exigir amor e compreensão; que eu ame o diferente de mim e compreenda o que se imagina estranho;
Que eu não espere forças outras intervirem em minha vida: que eu mesmo seja a força benéfica intervindo na minha vida e na vida do meu semelhante;
Que eu não espere o perdão: que eu o ofereça, o dissemine, o ensine;
Que eu não espere tanto dos outros ou da vida e sim de mim mesmo - eu posso me transformar, transformar os outros, transformar a vida para melhor;
Que eu enfrente antes de me resignar;
Que eu aja antes de reclamar;
Que eu ofereça antes de pedir;
Que eu aprenda a sentir amor antes de o exigir;
Que eu me coloque no lugar do outro, antes de julgá-lo;
Que eu peça o bem para toda a gente, antes de pedi-lo para mim e para os meus;
Que eu me associe ao inadiável trabalho de construir e preservar o MELHOR DO MUNDO!
Whiplash
O Hobbit III
Nebraska
Birdman
Livre
Foxcatcher
Sniper americano
A teoria de tudo
Os miseráveis (2012)
Boyhood
Relatos selvagens
Anna Karenina (2012)
Kingsman – o serviço secreto
Timbuktu
Deixa ela entrar
Somos o que somos
O massacre da serra elétrica (1974)
Êxodo: deuses e reis
Contatos imediatos do terceiro grau
A dança dos vampiros
Ano passado em Marienbad
Leviatã
Pat Garret e Billy the kid
A palavra
O ano mais violento
Vício inerente
Uma viagem extraordinária
Mad Max – estrada da fúria
O mercador de Veneza
O mágico de Oz
Monty Python em busca do cálice sagrado
A noviça rebelde
Dois dias, uma noite
Selma
A tortura do medo
Quem tem medo de Virgínia Woolf?
Monty Python – a vida de Brian
Para sempre Alice
Que horas ela volta?
O que terá acontecido a Baby Jane?
Missão impossível: nação secreta
O jogo da imitação
O abutre
Broadway Danny Rose
Memórias
Bata antes de entrar
Divertida Mente
Os reis do iê, iê, iê
Paisà
Alemanha, ano zero
Uma vida iluminada, sonhada e vivida imensamente.
Alegria de viver, compartilhar, aprender e ensinar.
Laís é a prova cabal de como é bom e faz bem amar
A vida, as pessoas, e sonhar, sonhar incansavelmente.
Uma vida cujo fulcro é a firmeza de caráter, a inteligência;
A capacidade de superar obstáculos, de eticamente resistir;
De chorar seu quinhão de lágrimas, mas logo voltar a sorrir;
Rir do passar do tempo, da adversidade, da prepotência.
Uma vida tornada indispensável pela generosidade.
Seu coração é santuário a acolher toda a gente.
Seu exemplo de retidão e de luta é esperançosa semente
De novos tempos, de mais justiça e amorosidade.
Laís, 99 anos de desafios corajosamente vencidos;
99 anos de caminhos ladrilhados com sabedoria;
99 anos fazendo de cada instante uma alegria,
Um elogio à vida, a ideais cobardemente esquecidos.
Um dia, Laís há de virar passarinho, virar flor;
Há de virar ditado popular: alegre como a Laís;
Há de virar sinônimo de bondade, e divinal raiz
De singularíssima árvore cujo fruto é o amor!
A vida é mesmo assim, insuficiente. Limites, constrangimentos, restrições. Dia após dia, mais do mesmo. O silêncio acovardado. O óbvio acostumado. O exaustivo recorrente!
A vida é mesmo assim, ilógica. E quanto mais razão pomos nas coisas, quanto mais racionalizamos a vida, algo se perde no caminho, se evapora - talvez o próprio sentido das coisas, o próprio sentido da vida... - e apenas mais absurda, perigosa e insustentável ela fica!
A vida é mesmo assim, escassa. A glória, a plenitude são para escolhidos. Para o resto de nós o destino nada traz, nada oferece, a nada orienta. E de nada em nada, inútil e baldadamente, a vida passa!
A vida é mesmo assim, irrazoável. Sua teia tece tal complexa trama, que a vida que levamos nos parece dia a dia mais estranha, alienante, insuportável!
A vida é mesmo assim, incompleta. Mesmo que alguém lhe jure, não acredite: ninguém nunca entornou a taça da vida repleta!
A vida é mesmo assim, incoerente. Pegue o caso das nossas sociedades, elas civilizam ou barbarizam? Tantas escolhas ao alcance das mãos, muita coisa pra comer, pra vestir, para se ter, se entreter, mas são sociedades de fundamentos frágeis, valores mesquinhos, escolhas estéreis! O essencial da vida - nossa faculdade de sonhar e compartilhar, de nos socorrer e amar - ninguém viu, ninguém vê, posto que ausente!
A vida é mesmo assim, insípida. Você segue a correnteza, acomoda-se às conveniências, se ajoelha ao status quo, ao establishment, se vende, se cala... Mas, será isto viver, será isto o homem, será isto a vida?
A vida é mesmo assim, contraditória. O justo e o injusto, a paz e a guerra, o bem e o mal. Tantos dilemas nos levando para junto do caos e para longe da glória!
A vida é mesmo assim, imperfeita. Por mais que tentemos melhorar, esforçadamente, nem tudo se aprimora ou chega a bom termo, nem tudo se apruma, se ajeita!
A vida é mesmo assim, pequena. Falta sempre alguma coisa. E se nos motivamos a procurá-la, ela, escorregadia, escapa-nos por entre os dedos. Sempre passando vontade, num eterno estado de necessidade. Se já conquistamos, perdemos. Se já sabíamos, esquecemos... Até o dia - penumbroso ou aliviante? - que saímos de cena!