quarta-feira, 8 de outubro de 2014

OS INCOMPREENDIDOS, por Tádzio Nanan


Nossas mutações genéticas apontam para o futuro.
Nossas sinapses seguem o padrão estelar.
Temos um sol resplandecendo no peito.
À noite, em silêncio, evoluímos.
Agimos a favor do nascituro.
Nosso coração acolhe mais gente.
Nossa consciência coaduna-se à consciência coletiva.
Não necessitamos de Deus, nem de dinheiro.
Nossos sonhos são simples, embora extraordinários.
De nossos passos brotam primaveras.
De nossas ações surgem mundos alternativos.
Nossas vozes ecoam cantos telúricos.
Moramos na ideia mais bela.
Nosso amor é dirigido a todas as coisas.
Reconhecemos a alteridade como um igual.
A porta pela qual eles entram, nós saímos.
Não queremos acumular coisas, queremos transitar pelos espaços.
Não temos um nome, uma identidade, nós somos maiores, nós somos mais.
No trivial vemos o precioso, no instante sentimos a eternidade, num gesto encontramos o infinito.
O secularmente instituído não nos representa mais.
Viemos de onde eles desconhecem, estamos indo aonde eles temem.
Estamos em cada um deles como potência.
Somos os filhos do Espírito do Tempo, e os pais das revoluções de amanhã.

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