Quero ser menos sonhador para mergulhar mais na vida
Em sua glória, em seu horror, em sua dualidade doída
Quero ser menos razão, para mais forte o coração pulsar
Caridade, compaixão, justiça são o nosso espiritual pão, o nosso espiritual lar
Quero ser menos o ontem e mais o amanhã
- O porvir jamais será uma luta vã
Quero ser menos luto e mais entusiasmada celebração
Deixar de me martirizar por as coisas serem o que são
Quero ser menos brisa e mais ventania
- Que a força dos elementos reverbere em mim e em minha poesia
Quero ser menos calor e mais luz
Ser menos igual a César e mais igual a Jesus
Quero ser menos o corriqueiro, para me entregar ao espanto
Seguindo as veredas da imaginação, que eu prezo tanto
Quero ser menos eu e mais os outros
Suavemente, me achegar neles, tocando seus corações aos poucos
Quero ser menos ausência e mais companhia
Multiplicando a fé, dividindo o cansaço do dia
Quero ser menos lúcido, minha consciência abrindo ao infinito
Quando enxergamos para além do óbvio tudo é tão mais bonito
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