Como é difícil ter de amansar a fera inerente, pô-la em reforçada corrente
Afinal, ela sou eu
Como é difícil ter de tolher seu impulso vital, seu instintivo desejo de se saciar
Que também é o meu
Pois ao invés de rei
Serei súdito simplesmente
Ao invés do trono e do ouro
Terei de me contentar com as misérias do outro
E sua confusão permanente
Como é difícil ter de calar o deus ambicioso, implacável que em meu íntimo vocifera a todo instante:
Prevalecer, prevalecer, prevalecer
Pois ao invés de divindade
Serei apenas homem
Com fome de glória e sede de vida
Fúria adormecida
Pois ao invés de viver minha vontade
Terei de matar o que sou, o que sinto, para ser o que minto
E submeter-me a ti
Civilização
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