Eterna como o Tempo, a Morte
Aguarda,
mas não tem pressa.
Degustando
a doce infinidade,
A
lida é sua distração, que faz sem maldade,
Posto
que nas leis do universo impressa.
Revolucionária
ideia do Criador, a Morte
Tem
fome; serena, mas sempre atenta...
Opera
entre os tempos – presente, passado, futuro;
Ela
é o éter invisível e o golpe duro
Que
a todo nosso destino orienta.
Disputa
com o Acaso, ciumentamente,
Do
universo o posto de melhor operário.
Juntos
vão transformando tudo, o mundo -
Em
um milhão de anos ou num segundo,
Num
turbilhão renovador e sanguinário.
Com
ouvidos aqui e alhures, a Morte
Tudo
sabe – é vital a informação perfeita
Para
sorrateiramente executar sua lida.
Sua
obra-prima é nos arrancar a vida.
Cumpre
a missão a qual foi por Deus eleita.
Com
olhos onipresentemente, a Morte
Nos
vê a todos – e quando vê, deseja.
Também
a vi, de relance, no espelho; aí eu soube:
Esse
simulacro de vida foi o que me coube...
Agora
é tarde. Deus, perdão! Que assim seja!
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