segunda-feira, 14 de abril de 2014

NARCISO: O AMOR PROIBIDO, por Tádzio Nanan


Açoitam-lhes férreos olhares acusativos
Que desprezo e ódio encerram, próprios do medo
Dos que contemplam a diferença e, em segredo,
Reconhecem-se (então, laceram-nos medos furtivos...)

Marcam-lhes na face limpa o estigma do horror
E da desonra! Ceifam-lhes a vida, os oprimem
E quanto mais os castigam mais os redimem
Perante Nosso Senhor, que é perdão e amor

Observa-os: são singelos, são como crianças
Cheios da delicadeza das almas ultrajadas
Presas no ergástulo das solidões cansadas

Deixa-os! Não tem sentido o mal que lhes lanças
Em hipócritas discursos de pregador nauseabundo
Ora, Deus não fez para toda gente o mundo?!

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