Ainda
decifrando meu íntimo arcano
E me consumo entre o acerto e o engano
E me consumo entre o acerto e o engano
Por
trás destes olhos ardem mil solidões
Onde
se costumavam sonhar revoluções
Meus
sorrisos, brilhantes verdadeiros
Mas
se eclipsam com a culpa dos erros
Sempre
que começo as coisas terminam
O
tempo e o destino as negam a mim e as minam
Animal
feroz, mas prostrado, na cela
À
procura dos beijos e abraços dela
Eu
vivi o perfulgente mundo da certeza
Mas
bruxuleou a luz que estava acessa
De
través, olhares tentam capturar-me a essência
Mas
tudo que eles poderão enxergar é ausência
Amiúde,
tentam comunicar-se comigo; embalde
Gosto
de suas companhias, mas prefiro a saudade
Escapam-lhe,
às vezes, um risinho zombeteiro
Pois
o que é real para mim não lhes é verdadeiro
Seus
julgamentos e adjetivos já não me atingem
Vivo
uma verdade que eles apenas fingem
Talvez
traduzir-me signifique murchar, morrer
Meus
mistérios são exércitos a me defender
Da
vida ordinária, da lida do homem comum
Pois
o que busco da vida é seu supra summum
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