A vida
humana como a conhecemos em seus derradeiros instantes.
O mundo como
o conhecemos não se sustenta mais.
É o fim
desta civilização que optou por trocar equilíbrio duradouro por uma mistura irresponsável
de falta e excesso. Mais que isso: criou a falsa e perigosa identidade entre
felicidade e dinheiro.
Seu corpo
moribundo exala um cheiro de decadência, senilidade e morte.
Estamos empurrando
os limites, mas é só ilusão. Estamos prorrogando nosso tempo, artificialmente. Quanto
mais lutamos como indivíduos, mais malefícios acumulamos como sociedade, mais eclipsamos
nossa estrada comum, mais depauperamos nosso lar cósmico.
Quanto mais
temos, mais vazios ficamos. Quanto mais avançamos, concomitante e
paradoxalmente retrocedemos. O acúmulo de riqueza, poder, conhecimento por
parte de poucos nos dividem radicalmente. Logo nos dividirão irremediavelmente.
O paradigma
está caduco, baseia-se em premissas errôneas. A fonte, que parecia inesgotável,
secou. Nosso sonho envenena-nos dia após dia. Nossos desejos nos infligem dor, angústia,
desespero.
Como alguém
representativo desta noctígena era, também não tenho estrada a seguir, porto
para chegar, futuro para viver – terei de inventá-los a base da força, coragem,
imaginação, como os pioneiros de todos os tempos (pioneiros que precisam,
agora, urgentemente aparecer).
Eu sou o
mundo em sua confusão e perplexidade, o mundo sou eu na minha impotência e
paralisia.
Ou me
reinvento, tiro uma carta da manga, faço mágica, ou pó, nem lágrimas nem
lembranças: pó simplesmente. Ou a civilização se reinventa, faz um demorado
exame de consciência, reencontra-se com seu destino maior: a paz, a justiça, a sustentabilidade,
ou silêncio e inconsciência, ou nossa herança (a miríada de talentos humanos) se
perderá na poeira das estrelas!
Que passos
darei?
Que passos
daremos?
Uma coisa é
certa: eles nos farão viver ou morrer!
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