O inelutável destino, o inescrutável acaso, a vontade divina...
Ao fim e ao cabo, tanto faz: as coisas são o que as coisas são.
A força motriz da vida, qualquer que ela seja, age à surdina
E de nada adianta praguejar ou entoar suplicante oração!
Sorrateiro, o inelutável destino trança sua fatídica teia.
Quando percebemos a armadilha, já estamos enleados.
Nela cai o caridoso e o ímpio, o que ama e o que odeia.
A moral fica alheia; os planos foram previamente traçados...
Furioso golpe, o inescrutável acaso desaba sobre nossas vidas.
Um formigueiro humano... E em nós justamente ele põe o olhar!
Imprevisíveis reações em cadeia, imponderáveis idas e vindas...
Saímos pro mundo, cheios de sonhos, mas sonhos se desmancham no ar...
A vontade divina, claro, é a interpretação que satisfaz à maioria.
É consolador crer que seremos recompensados no além-mundo
Por todo o sofrimento do dia a dia, por toda essa dor, essa agonia...
Deus faz recomeço do fim, faz da vida algo sublime e profundo!
domingo, 30 de agosto de 2015
segunda-feira, 24 de agosto de 2015
UM POETA, por Tádzio Nanan
Um poeta respirando a palavra, nutrindo-se da linguagem, habitando o sentido, paramentado de figuras de estilo e argumentos. Ousar a poesia é o sonho que ele corajosamente inventou para si. Escrever é seu heroico ato de resistência; é sua declaração de amor à vida, ao mundo; é sua irreprimível forma de existir.
Um poeta cantando todas as nuances da existência, a luz, a treva, os opostos do mundo, às vezes, com versos singelos de fazer rir, outras vezes, com pungentes versos de maltratar o coração, mas sempre com versos de transbordante verdade (a sua particular verdade), para que acusem seu texto de tudo -superficial? medíocre?- mas nunca de tíbio, morno, sem intensidade.
Um poeta investigando temas abissais, singrando mares quase nunca desbravados, a bordo da mística nau da intuição; ele não escreve porque sabe: é na construção do poema que a luz acontece, quando a esfera do extrassensorial abre suas portas e a alma do poeta se ilumina e pesca a exata palavra, o profundo sentido, e o mundo se descortina como revelação.
Um poeta versejando sua dor para que ela floresça em canteiros de arte e beleza; para que o homem que habita o poeta prossiga esperanças cultivando; ele pode morrer mil vezes (estas nossas mortes cotidianas...), mas sempre renasce, e renasce sonhando; dissolva o caos, horrorize a guerra, nada lhe amedronta ou o faz recuar se no solo uma flor resistir brotando.
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
SEPARAÇÃO, por Tádzio Nanan
As primeiras folhas do nosso amor já se desprendem...
É o ciclo natural do tempo, da vida, dos sentimentos;
Fomos felizes juntos, eternizamos tantos momentos;
Mas contrariados, nossos corações já não se entendem!
Cá estamos para cumprir o roteiro do incontrastável destino...
As horas passam, e os sentimentos se exaurem, envelhecem.
As engrenagens do tempo não cessam; quantas mudanças tecem!
Aceitar isso sabiamente para não cometer nenhum desatino!
Separar-se é uma imposição da própria dinâmica da vida.
As pessoas mudam; maltratam a rotina e a convivência.
Críticas e desconfianças corroem a romântica experiência.
A história mais antiga do mundo, também a mais repetida...
As folhas do nosso amor começam a cair, melancolicamente...
Parto antes da procela, para conservarmos as boas lembranças;
Para não deixar o rancor aniquilar nosso riso, nossas esperanças...
De um amor tão terno à ojeriza que se apossou da gente!
É o ciclo natural do tempo, da vida, dos sentimentos;
Fomos felizes juntos, eternizamos tantos momentos;
Mas contrariados, nossos corações já não se entendem!
Cá estamos para cumprir o roteiro do incontrastável destino...
As horas passam, e os sentimentos se exaurem, envelhecem.
As engrenagens do tempo não cessam; quantas mudanças tecem!
Aceitar isso sabiamente para não cometer nenhum desatino!
Separar-se é uma imposição da própria dinâmica da vida.
As pessoas mudam; maltratam a rotina e a convivência.
Críticas e desconfianças corroem a romântica experiência.
A história mais antiga do mundo, também a mais repetida...
As folhas do nosso amor começam a cair, melancolicamente...
Parto antes da procela, para conservarmos as boas lembranças;
Para não deixar o rancor aniquilar nosso riso, nossas esperanças...
De um amor tão terno à ojeriza que se apossou da gente!
sábado, 8 de agosto de 2015
CORAGEM!, por Tádzio Nanan
Existir dói. E não há contra isso qualquer elixir ou panaceia.
A confusão dos sentidos, dos sentimentos; as angústias existenciais...
Nossos conflitos internos, o interminável conflito com os demais;
Vicissitude, medo, fracasso, tudo parte da humana epopeia!
O sofrimento é parcela necessária -e fundamental- do existir.
Dói ir descobrindo a nós mesmos, construir nossa identidade;
Dói renunciar à vida, ao amor pela imortal causa da liberdade;
A vida maltrata, naturalmente; mas é nossa obrigação resistir!
Da árvore da vida, a coragem é o fruto imprescindível.
Sem ela, o instante é vão, a vida murcha, o sonho fenece;
O mundo esquece a gente, a gente do mundo se esquece;
Os dias não trazem nada, a treva cai de forma irreversível!
A coragem é ponte para o futuro; é imperiosa urgência.
Só ela pode transformar em realidade aquilo que é virtual;
Só ela é capaz de sonhar e lutar por um mundo ideal;
Superando, dia após dia, a escassez da nossa existência!
A confusão dos sentidos, dos sentimentos; as angústias existenciais...
Nossos conflitos internos, o interminável conflito com os demais;
Vicissitude, medo, fracasso, tudo parte da humana epopeia!
O sofrimento é parcela necessária -e fundamental- do existir.
Dói ir descobrindo a nós mesmos, construir nossa identidade;
Dói renunciar à vida, ao amor pela imortal causa da liberdade;
A vida maltrata, naturalmente; mas é nossa obrigação resistir!
Da árvore da vida, a coragem é o fruto imprescindível.
Sem ela, o instante é vão, a vida murcha, o sonho fenece;
O mundo esquece a gente, a gente do mundo se esquece;
Os dias não trazem nada, a treva cai de forma irreversível!
A coragem é ponte para o futuro; é imperiosa urgência.
Só ela pode transformar em realidade aquilo que é virtual;
Só ela é capaz de sonhar e lutar por um mundo ideal;
Superando, dia após dia, a escassez da nossa existência!
domingo, 2 de agosto de 2015
IRRESISTÍVEL, por Tádzio Nanan
Entre nós, meu amor, tanta crueldade e preconceito...
Mas não ajoelho ante o ódio deles, não vão me dobrar!
Se Deus encarnou na Terra para nos ensinar a amar,
Qualquer pregação em contrário, eu não aceito!
Entre nós, meu amor, tanta mesquinharia e ignorância...
Com argumentos infames, propagam inverdades sobre nós!
Cruzados em armas nas hostes de um deus iracundo e atroz!
Mas seus argumentos estão destinados à irrelevância!
Entre nós, meu amor, tantos muros, tantas grades...
Constroem masmorras para impedir nossos encontros apaixonados!
Que mundo é esse que faz amantes serem crucificados
Em nome de falsos profetas e suas pseudoverdades?!
Entre nós, meu amor, o abismo da lei insensível...
Os fanáticos creem poder criminalizar o amor!
E, assim, sufocar a paixão e conter nosso ardor;
Mas a gravidade que rege os corpos é irresistível!
Mas não ajoelho ante o ódio deles, não vão me dobrar!
Se Deus encarnou na Terra para nos ensinar a amar,
Qualquer pregação em contrário, eu não aceito!
Entre nós, meu amor, tanta mesquinharia e ignorância...
Com argumentos infames, propagam inverdades sobre nós!
Cruzados em armas nas hostes de um deus iracundo e atroz!
Mas seus argumentos estão destinados à irrelevância!
Entre nós, meu amor, tantos muros, tantas grades...
Constroem masmorras para impedir nossos encontros apaixonados!
Que mundo é esse que faz amantes serem crucificados
Em nome de falsos profetas e suas pseudoverdades?!
Entre nós, meu amor, o abismo da lei insensível...
Os fanáticos creem poder criminalizar o amor!
E, assim, sufocar a paixão e conter nosso ardor;
Mas a gravidade que rege os corpos é irresistível!
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