O inelutável destino, o inescrutável acaso, a vontade divina...
Ao fim e ao cabo, tanto faz: as coisas são o que as coisas são.
A força motriz da vida, qualquer que ela seja, age à surdina
E de nada adianta praguejar ou entoar suplicante oração!
Sorrateiro, o inelutável destino trança sua fatídica teia.
Quando percebemos a armadilha, já estamos enleados.
Nela cai o caridoso e o ímpio, o que ama e o que odeia.
A moral fica alheia; os planos foram previamente traçados...
Furioso golpe, o inescrutável acaso desaba sobre nossas vidas.
Um formigueiro humano... E em nós justamente ele põe o olhar!
Imprevisíveis reações em cadeia, imponderáveis idas e vindas...
Saímos pro mundo, cheios de sonhos, mas sonhos se desmancham no ar...
A vontade divina, claro, é a interpretação que satisfaz à maioria.
É consolador crer que seremos recompensados no além-mundo
Por todo o sofrimento do dia a dia, por toda essa dor, essa agonia...
Deus faz recomeço do fim, faz da vida algo sublime e profundo!
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