Gato gaiato
Que me faz rir
Nesse insensato
Ir e vir
Seu chacoalhar o rabo
- Cuidado!
É prenúncio de ventania...
Enfrentá-lo ali, quem ousaria?
Às vezes, tranquilo, apaziguado
Deita e assiste o tempo passar
Sonhando com o próximo telhado
E as felinas que vai namorar
Dado a traquinagens e valentias...
Mal-humorado e resmungão...
Aos poucos, ganhou meu coração
Deu mais suavidade a meus dias
Uma nova esquisitice por mês:
Miado gutural, cenho cerrado
Pra gente se sentir culpado:
“E meu passeio no quintal,
A que estou acostumado?
E a provinha do jantar?
Meu paladar é refinado!”...
*
Seu vulto cinza e dançante
Seus olhos de lince, amarelos
- De muitos segredos e anelos
São de um esplendor triunfante
Íntimo de insondáveis mistérios
- Ian capta no ar suas vibrações
Soberano de inefáveis impérios
Que se prolongam em nossos corações
*
Gato gaiato
Que me faz rir
Nesse insensato
Ir e vir...
Insensato? Nem tanto!
Ele busca é uma chance
De se evadir!
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