sexta-feira, 13 de janeiro de 2017
VIVER MIL ANOS, por Tádzio Nanan
queria viver mil anos apenas para testemunhar imprevisíveis mudanças acometerem o mundo a nossa volta!
viver mil anos, para ver...
as ventanias da história varrerem, como folhas secas, de outonos trágicos, para os confins da lembrança, deuses, homens, civilizações, significados; varrerem as ilusões da vaidade, os ridículos desejos de glória e eternidade;
para ver...
os diligentes operários da desconstrução tecerem a inexorável teia da impermanência - traças dizimando memórias de outrora; noites gestando revolucionários novos dias; inéditos pensamentos inspirando movimentos, embates, tensões, desafiando anacronismos;
viver mil anos, para ver...
um eventual retorno nosso ao útero materno: um silencioso e apaziguado universo;
saltos evolutivos, inesperadas auroras;
interregnos, retrocessos, ocasos;
segundo as leis do acaso, ou outras, incognoscíveis.
para ver...
a evolução da vida e as alquímicas transmutações da consciência desenharem os caminhos do infinito!
até o Grande Desconhecido!
triste ter de dormir, adiante, com tamanha saudade desse espantoso amanhã invivido!
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