Por
um outro entendimento do que seja viver, do que seja viver em
sociedade. Por uma nova compreensão do que seja civilização.
Comparações
entre as civilizações tradicionais (capitalistas) e as civilizações
indígenas ou “primitivas” (digo civilizações porque são
formas absolutamente divergentes de o ser humano enxergar o mundo,
entender a vida, atuar na natureza, entender-se e relacionar-se
consigo mesmo e com o próximo).
*nas
civilizações indígenas ou “primitivas” não existe ou existe
em bem menor grau alienação (o Homem apartado da sua essência),
violência e crimes, insustentabilidade ambiental, forças
repressoras; não há poder instituído (Estado), dinheiro (nem a
necessidade de dinheiro), corrupção.
*o
conhecimento que a sociedade tem e produz está disponível a todos e
é repassado a todos – todos são independentes e autosuficientes
no sentido de produzir e reproduzir sua existência material e a dos
seus.
*ninguém
é chefe de ninguém, ninguém manda, tiraniza ninguém ou legifera
sobre ninguém.
*há
alguma divisão do trabalho social e certa diferenciação de gênero,
mas nada que provoque conflito, discriminação, hierarquização e
subalternidade.
*não
há posses; a maior riqueza destas sociedades são os relacionamentos
humanos, os relacionamentos interpessoais e os momentos de
confraternização coletivos, além da liberdade de que se dispõe.
*não
há riqueza ou pobreza: o que há é trabalho coletivo e satisfação
das necessidades – todo mundo contribue para o “produto social”
e recebe em troca o suficiente, o justo (o adequado) segundo as
condições materiais objetivas daquele dado momento.
*as
más tendência humanas, de base genética e evolutiva, minguam; os
pecados capitais minguam: a cobiça, a inveja, a vaidade decrescem a
seu ponto mínimo.
*o
sexo e a nudez são motivos de satisfação, realização,
congraçamento, e não fonte de terríveis problemas: medo, vergonha,
exploração, alienação, violência.
*a
propriedade é coletiva, o saber é coletivo, o fruto do trabalho
social é coletivo – todos têm o que é necessário para serem
saudáveis, felizes e produtivos. Ninguém tem mais que o necessário,
e nem quer ou precisa!!
*ninguém
se aliena ao Estado, à religião, ao Poder, ao consumo, ao dinheiro,
à propriedade, à preocupação patológica com a aparência, à
quaisquer tipos de posse.
*ninguém
age visando ao lucro pecuniário, ou para provar que é melhor que os
seus congêneres (colocar os “inferiores nos seus devidos
lugares”); age-se visando ao respeito e admiração dos outros
membros da sociedade, e por senso de dever.
*não
precisam da indústria farmacêutica porque seu estilo de vida, sua
forma de viver não lhes acarretam maiores problemas orgânicos,
mentais ou psicológicos.
*não
precisam de uma sociedade de consumo porque sua felicidade não está
alicerçada em bens materiais (se pararmos para pensar, a maior parte
deles inútil a maior parte do tempo!), mas num cotidiano tranquilo,
pacífico, saudável, laborioso, produtivo, feliz, e compartilhado
com os seus.
*apesar
de ter estudado um pouco de antropologia, sou economista por
formação. Portanto, façam suas próprias pesquisas!
**
A
finalidade do sistema econômico subjacente à estruturação de uma
sociedade não é a de gerar crescimento econômico infinito, medidos
em termos de PIB ou PIB per capita, mais sim a de gerar o maior
bem-estar possível para o maior número possível de pessoas; e
consegue-se isto quando mais pessoas têm acesso a mais e melhores
bens e serviços indispenśaveis a uma vida saudável, produtiva,
feliz, autodeterminada e pacífica. O objetivo precípuo da
civilização não deve ser a de gerar simplesmente, burramente,
“miopemente”, mais técnicas produtivas e mais tecnologia
(ciência aplicada), mais deve sim ter como objetivo tornar-nos mais
sábios, através de mais conhecimento (ciência pura), educação,
filosofia e arte (coisas estas que não objetivariam gerar dinheiro,
mas gerar bem-estar, produzir o belo, o bom e o útil). Com mais
sabedoria, conhecimento, educação, filosofia e arte viveríamos
melhor, faríamos melhores escolhas, nos relacionaríamos conosco
mesmo e com os outros de uma forma mais saudável, pacífica,
respeitosa e ética (e não de forma meramente utilitarista, como no
capitalismo) e estas coisas somadas nos levariam às 5 metas da vida
humana (do ponto de vista do indivíduo):
*SAÚDE
(ORGÂNICA E PSICOLÓGICA)
*FELICIDADE
(SENSAÇÃO BOA DE SATISFAÇÃO CONSIGO MESMO E RAZOÁVEL PLENITUDE)
*ATUAR
PACIFICAMENTE NO MUNDO (RESPEITO, TOLERÂNCIA, AMOR, FRATERNIDADE,
COMPAIXÃO, EMPATIA)
*SER
PRODUTICO (CONCORDE OS TALENTOS, DESEJOS, INCLINAÇÕES E VOCAÇÕES
DE CADA UM)
*AUTODETERMINAÇÃO
(LIBERDADE INDIVIDUAL – JÓIA QUE NÃO TEM PREÇO)
Do
ponto de vista das sociedades como um todo, da civilização humana
vista na sua integralidade, os 5 ponto fundamentais seriam:
*JUSTIÇA
(A LIBERDADE INDIVIDUAL TEM DE VIR ASSOCIADA A EQUIDADE – IGUALDADE
DAS “CONDIÇÕES INICIAIS”)
*CONHECIMENTO
(CIÊNCIA PURA E APLICADA, PARA A RESOLUÇÃO DOS REAIS PROBLEMAS DA
CIVILIZAÇÃO HUMANA)
*SABEDORIA
(FILOSOFIA, POLÍTICA, ARTE, EDUCAÇÃO – ESTA ÚLTIMA NÃO PARA O
MERCADO, MAS PARA A VIDA, PARA A BOA VIDA)
*SOCIEDADE
PRODUTIVA, MAS SUSTENTÁVEL ECOLÓGICA, TECNOLÓGICA E SOCIALMENTE
FALANDO
*LIBERTARISMO
(SOCIEDADE SEM FETICHISMO, ALIENAÇÃO, DISCRIMINAÇÃO, EXPLORAÇÃO,
GUERRAS E HIERARQUIZAÇÃO – SOCIEDADE DE IGUAIS)
Vamos
juntos fundar o verdadeiro movimento LIBERTARISTA?
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